Porque eu Desisti do Debian

Muitas pessoas me perguntam porque eu não uso mais o Debian.


Porque eu Desisti do Debian

Assista o Vídeo na Íntegra


Script usado no vídeo

Salve, rapaziada! Marcos aqui.

Muitas pessoas me perguntam porque eu não uso mais o Debian. E nesse vídeo vou lhe mostrar que não foi um único motivo que me fez largar o Debian há uns 3 anos atrás, e sim uma combinação de fatores. Vamos lá bater um papo sobre isso.

[ANIMAÇÃO TERMINAL ROOT]

Bom, quem acompanha esse canal desde o início, sabe que eu sempre usava o Debian e geralmente com a interface gráfica: MATE. Assim como a maioria que utiliza Debian, eu pulei do Ubuntu pro Debian, e quem já utilizou os dois por muito tempo, sabe bem a diferença deles.

Por exemplo, o Ubuntu, já notei que agora tem uma característica similar ao Internet Explorer da época que eu usava nas LAN Houses da vida: que quando dá um “crash” , pergunta se deseja enviar um relatório.

Ou seja, você nota o porque de quem migra do Ubuntu pro Debian, percebe que há uma diferença fundamental em relação à estabilidade do sistema.

Eu sempre gostei muito do Debian. É uma distro que vai além de ser somente um sistema operacional. Possui toda uma Filosofia em volta do Debian. Em questão de ideologia mesmo, acho que é a distro que mais contribui com questões sociais. Lógico, tem muita gente que usa que nunca notou ou se interessou por esse assunto.

Eu não, quando eu me envolvo com um projeto, geralmente me envolvo de pé e cabeça. Leio tudo à respeito, leio bastante a documentação e muitas outras coisas. Até porque eu sou desenvolvedor, mas para quem somente usa o sistema, realmente não precisa disso tudo.

Eu conheci e passei a utilizar o Debian na versão 4.0 que foi a versão Etch, aliás o primeiro vídeo que eu fiz na minha vida foi em 2010 se eu não me engano, e era um tutorial de instalação do Debian 5 . Na época foi pra postar um vídeo para um blog que eu seguia. Esse vídeo até hoje está disponível lá num perfil antigo do Vimeo que eu possuo, vou deixar o link na descrição para quem queira assistir na íntegra.

Eu era o fanboy do Debian, eu falava tanto do Debian que uma vez minha esposa me disse que sonhou que tava conversando comigo, mas no diálogo eu não deixava ela falar porque eu só falava do Debian.

Eu tinha uma camiseta do Debian que era um verdadeiro uniforme, eu ia para todos os lugares com ela: faculdade, trabalho, … a camisa já estava quase andando sozinha.

Eu sinceramente não saí do Debian por conta do systemd como muitos pensam, apesar de que quando saiu essa polêmica a internet só falava sobre isso, pois ninguém acreditava que o Debian também passaria a usar o systemd , eu não ligava pra isso e até achava bobagem a pessoa se preocupar com isso, até o dia que eu comecei a notar uma frequência de no meu computador.

Aí comecei a pesquisar mais sobre o systemd pra tentar saber como resolver isso. E depois de muita informação e testes, eu cheguei a conclusão de que : FUDEU!

Mas ainda assim não era o suficiente para eu sair do Debian. Mas a partir daí comecei a me irritar com qualquer bobagem , exemplo: Quando você instala um pacote no Debian e aquele pacote possui uma dependência e o Debian vem com aquela história de: MAS NÃO SERÁ INSTALADO , aquilo me deixava puto! Aí você vai instalar a dependência que não não será instalada, mas ela possui uma dependência que também o Debian dizia: MAS NÃO SERÁ INSTALADO. Parecia até piada, era uma recursividade de: MAS NÃO SERÁ INSTALADO.

Eu acho que o Debian atualmente está em cima do muro. Ainda não se decidiu se só vai fazer parte das distros da Windows Store ou das distros totalmente livre.

Dia desse um cara me mandou um e-mail dizendo que estava com problema no Wayland, depois ele mesmo descobriu que para resolver precisava instalar o pacote non-free . O Debian deveria fazer como o Ubuntu e outras distros fazem, perguntar se deseja drivers de terceiros durante a instalação do sistema, isso pouparia retrabalho e dores de cabeça.

Outra coisa que também passei a me irritar foi o pacote de tradução do APT. Não sei porque a tanto tempo o APT trata o Português Brasileiro como Português de Portugal. Aquele lance de: À SELECCIONAR, À PREPARAR ,… O português é um idioma que permite inúmeras interpretações, então escrever ele corretamente, evita confusões, por mais difícil que seja disso ocorrer, é preciso escrever da forma certa . Uma vez eu até clonei o APT pra modificar o .po e criar a versão do PT-BR da maneira correta, mas desisti porque imaginei que já deveria existir vários PULL REQUEST disso, e eles não mudam porque provavelmente não querem. Até porque depois que eu clonei do GitHub é que eu percebi que o repositório oficial mesmo é o do GitLab.

Mas tudo bem, faz parte, nada é perfeito, só que nessa época eu já comecei a pesquisar possíveis distros candidatas à substituir o Debian, mas todas que eu testava, não vou citar os nomes pra não machucar os fanboys, eu chegava a conclusão: sair do Debian pra isso aqui é fazer um downgrade violento!

Só que um dia eu li um artigo na internet, muito bem escrito por sinal, só pra lembrar, era um artigo em inglês, apesar de muitos pensarem que eu não sei inglês, meus livros são todos em inglês e são os que eu costumo mais ler, até por conta da quantidade que existem que são muito superiores aos em português. E quando eu fui ver quem era o autor pra pesquisar mais artigos, era uma mulher e a assinatura dela era: alicewired . Daí fui pesquisar mais sobre ela.

Descobri que ela era a responsável pelo Kernel Linux na distribuição Gentoo Linux.(só por curiosidade, ela já foi desenvolvedora do Debian e hoje é a Chefe Líder do Gentoo Sources) A única experiência que eu tinha tido em minha vida com o Gentoo, que não era bem Gentoo e sim o Funtoo, foi em 2010 quando eu tava conversando com um amigo de trabalho , dia desse ele até me mandou uma mensagem via chat e disse que tá seguindo o Terminal Root, aproveitando, mandar um salve para o Valdecir Merli, grande parceiro dos desenvolvimentos. E eu perguntei para ele qual distro o Ícaro usava, um cara que trampava com a gente que era um gênio do Linux, daí o Valdecir me disse que ele usava Funtoo, naquele mesmo dia já fui caçar tutorial na internet de instalar o Funtoo, tomei algumas porradas, mas persisti e consegui instalar. Mas , como ná época eu era um cara que ainda não sabia identificar as qualidades de um sistema, acabei desistindo (Só por curiosidade o Funtoo utiliza o Kernel do Debian).

Mas depois que eu comecei a ler sobre o Gentoo, graças ao artigo da Alice, tudo que eu lia , eu me envolvia mais e mais. E gostava muita da documentação do Gentoo. Então um dia resolvi instalar.

Após minha primeira tentativa, já peguei logo um Kernel Panic de cara, depois de 3 dias descobri como resolver. Depois disso foi minha rede, como reconhecer minha placa e daí em diante foi só atropelo. Mas era interessante, porque a cada pancada era um furação de aprendizado e eu tava gostando daquilo.

Quando cheguei na parte de instalar o Ambiente Desktop, tinha uns profile e não tinha um profile do MATE que era outra característica aqui do canal, daí resolvi escolher o profile do GNOME, até porque o MATE é um fork do GNOME 2.

E aí encontrei mais uma treta: só pra compilar o GNOME, na minha máquina de 1GB de RAM, na época, demorou 30 horas, sério.

Mas depois de tudo, o GNOME, quem nem rodava na minha máquina, tava rodando perfeitamente sem travar nem nada. E aquilo me deixou “encucado”: Como o GNOME pode rodar nessa máquina sem travar, que mágica esse GENTOO fez aqui.

Mas a partir daquele momento eu descobri que , agora sim, é o momento de sair do Debian.

Comecei a me apaixonar pelo OpenRC, Portage, Documentação,… e foi aí que backupeie meus arquivos do Debian que estavam na outra partição e simplesmente excluí a partição com Debian e instalei naquele espaço o FreeBSD, que eu comecei a gostar também quando eu descobri que o Portage era baseado no Ports do FreeBSD .

Então, de lá pra cá nunca mais usei o Debian

E toda vez que eu postava alguma coisa sobre GENTOO vinha um carinha do Debian, dizer: tô de boa no APT… Você já testou o Debian… e eu comecei a tomar um certo tipo de antipatia pelo Debian, por conta dos fanboys.

Mas depois , perdi essa antipatia, até porque o Debian não tem nada haver com o fã clube.

E hoje posso lhe afirmar que considero muito o Debian, mas não tenho mais perfil de voltar a ser um usuário Debian. E digo mais, se um dia eu sair do Gentoo, tomara que esse dia nunca aconteça, será para abandonar o Linux e passar a usar o OpenBSD, que é quem eu venho tendo uns casos extraconjugais ultimamente.

Então é isso pessoal, eu estava devendo essa explicação faz tempo. Espero que vocês tenham gostado vídeo. Se gostaram deixem o seu like, compartilhem nas suas redes sociais, se ainda não é inscrito no canal, se inscreva, e até a próxima, valeu, um forte abraço! Até mais!

[MOMENTO DE DISTRAÇÃO COM MINHA FAMÍLIA]

Vídeo citado no script

Instalando o GNU/Linux Debian from marcosoliveira on Vimeo.


debian gnu gnulinux


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Marcos Oliveira

Marcos Oliveira

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